(Shame - Dir. Steve McQueen)
"Nós não somos pessoas ruins... só viemos de um lugar ruim..."
Shame é um filme sobre cicatrizes emocionais e físicas. Brandon é viciado em sexo. Buscando orgasmos compulsivamente, chama prostitutas, arruma mulheres (e homens), se masturba no chuveiro, no banheiro do trabalho. Aliás, não parece haver grande diferença entre sexo ou masturbação para o sujeito:
(Le Havre - Dir. Aki Kaurismäki)
Diretor de estilo forte, o finlandês Aki Kaurismäki realiza em O Porto um filme mais otimista e poético do que costuma fazer. Seu curioso e estranho estilo de direção de atores funciona de forma perfeita dentro da trama, que lida com o desprezo de governo e da sociedade pelos imigrantes. Mas O Porto apresenta uma fábula de bondade, sobre o impulso humano de
(Habemus Papam - Dir. Nanni Moretti)
A premissa de Habemus Papam é tão boa, que é possível imaginar que funcionasse bem por duas horas sem fugir daquilo. Mesmo assim, é ainda melhor ver um filme que tenta ser mais do que apenas uma boa premissa, como O Primeiro Mentiroso de Ricky Gervais, ou o próprio Habemus Papam, embora este acabe se perdendo da metade para o final, pecando na
(Warrior - Dir. Gavin O'Connor)
Filmes sobre esporte, por piores que sejam, sempre podem disfarçar todos os seus problemas ao mostrar "o grande desafio" sendo superado no final, seja numa luta, um jogo de basquete, baseball ou qualquer outra competição. Isso normalmente me deixa com um pé atrás sempre que me deparo com um exemplar do gênero. Porém, é sempre bom ser surpreendido, como neste
(The Iron Lady - Dir. Phyllida Lloyd)
Desastrosa cine biografia da popular ex-Primeira Ministra da Inglaterra, Margaret Thatcher. Alvo de inúmeras controvérsias e críticas pelas suas ações políticas, teve uma passagem longa e conturbada pelo poder, num período marcado pelo aumento do desemprego, violência social, de conflitos com o IRA, pela guerra das Malvinas e de abuso de autoridade pela
(Drive - Nicolas Winding Refn)
" - Ele é o vilão?
- É.
- Como você sabe?
- Porque ele é um tubarão!
- Não existem tubarões bons?"
Há um detalhe sutil que faz toda a diferença na trama de Drive: o Motorista (o nome do personagem nunca é mencionado) interpretado por Ryan Gosling trabalha no mundo do crime em Los Angeles, onde também trabalha como dublê em cenas que envolvem
(The Woman in Black - Dir. James Watkins)
Bobagem nada divertida, com boas atuações, excelente direção de arte e um roteiro decepcionante. Se os esforços narrativos de A Mulher de Preto fizessem juz a sua parte técnica, provavelmente seria um clássico. Saiu um filme ruim - mas tecnicamente admirável. Remake do filme homônimo de 1989 (que não assisti), é decepcionante que este seja o
Minha participação no programa Cine Ó, que contou também com os cineastas Luciano Coelho e Diego Lopes:
(The Artist - Dir. Michel Hazanavicius)
Uma brincadeira inusitada que deu certo. E muito. Repetindo a parceria nos dois ótimos filmes do Agente 117, o diretor Michel Hazanavicius e o ator Jean Dujardin não só criaram em O Artista uma bela homenagem ao início do cinema hollywoodiano, mas também um grande filme mudo e preto e branco, que não se limita a ser uma mera curiosidade: o roteiro
(Hugo - Dir. Martin Scorsese)
Um filme infantil para adultos. Ou melhor, para cinéfilos: uma divertida fábula envolvendo Georges Méliès. Difícil imaginar alguém melhor que Martin Scorsese para dirigir esta belíssima homenagem a um dos grandes mestres do cinema. Aliás, é ainda mais difícil imaginar alguém melhor que Scorsese para dirigir o primeiro filme em 3D produzido em Hollywood que
(Extremely Loud and Incredibly Close - Dir. Stephen Daldry)
Baseado no livro de Jonathan Safran Foer, Tão Forte e Tão Perto representa outro equívoco na carreira de um grande cineasta a ser indicado ao Oscar desse ano, junto com Cavalo de Guerra de Spielberg e Os Descendentes de Alexander Payne. Diretor de obras sensíveis como O Leitor, Billy Elliott e As Horas que sempre agradaram aos
(Moneyball - Dir. Bennett Miller)
A abertura causa estranhamento, mostra um jogo de baseball de forma emblemática - nós deveríamos saber que aquele jogo existiu e o que aconteceu nele exatamente para entrarmos melhor na história. Do jeito que ficou, só aos poucos entendemos e aí o filme funciona. Talvez por isso O Homem que Mudou o Jogo tenha sido um sucesso tão grande entre público e
(The Descendants - Dir. Alexander Payne)
Abrindo com uma narração em off bobinha que já mostra o tom de humor equivocado que é empregado em seu roteiro, Os Descendentes se mostra uma anomalia bizarra na carreira de Alexander Payne. O filme conta com uma bela mensagem: mesmo que você more no Havaí, as pessoas da sua família ainda assim vão morrer, e você ainda vai ter que saber conversar
(The Girl With The Dragon Tattoo - Dir. David Fincher)
Pouco tempos depois de conferir no cinema o original sueco Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, foi divulgada a informação de que David Fincher dirigiria o remake. Apesar de tudo o que sabemos sobre remakes (são feitos basicamente pela preguiça dos americanos em ler legendas, etc...) achei uma grande idéia, afinal o filme sueco
(We Need To Talk About Kevin - Di. Lynne Ramsay)
Qualquer um que tenha lido Precisamos Falar Sobre o Kevin deve ter se perguntado "Mas porque diabos vão fazer um filme sobre esse livro?". E não pela velha desculpa de "o livro é melhor que o filme", mas pela própria estrutura deste: narrado em primeira pessoa através de cartas de uma mãe, cujo filho de 16 anos cometeu um massacre, o livro
(La Piel Que Habito - Dir Pedro Almódovar)
Depois de três filmes decepcionantes (dos quais, apenas Volver se salva), Pedro Almódovar volta a boa forma, mesmo ainda longe do que fez em Carne Trêmula, Tudo Sobre Minha Mãe e Fale Com Ela, ainda seus três melhores trabalhos. Voltando a parceria com Antonio Banderas vinte e um anos depois de seus último filme juntos (Ata-me), Almódovar lança
(Jodaeiye Nader az Simin - Dir. Asghar Farhadi)
Vocês já devem ter ouvido aquelas piadas envolvendo "dramas iranianos", na qual se entende que o filme só é elogiado, ou se torna "cool" pelo seu local de origem. Em parte, a premissa da piada parte de uma verdade meio chata: já conheci muitos cinéfilos com a mania aborrecida de amaldiçoar e falar mal de qualquer coisa de Hollywood, o que as
(50/50- Dir. Jonathan Levine)
Comédias dramáticas sempre pipocam no cinema independente, e a quantidade de porcarias do gênero já deixam os cinéfilos com um certo receio quando se ouve falar de um novo exemplar. Nesse sentido, 50% é um alívio, equilibrando drama e humor na medida certa, e em alguns momentos, até surpreendendo em sua abordagem.
Joseph Gordon-Levitt interpreta Adam, um
(Margin Call - Dir. J.C. Chandor)
Em 2008, com o anúncio sobre a crise financeira, veio a tona o escândalo do banco Lehman Brothers, que sabendo da desvalorização que suas ações teriam em breve, vendeu todas elas antes que a crise começasse a ser divulgada, tática semelhante a usada pela Enron antes de sua falência (e bem explicada no ótimo documentário de Alex Gibney). Margin Call é uma
Um ano mediano nos cinemas, e completamente estacionado aqui no blog. O excesso de trabalho realmente me pegou da metade do ano para frente, e apesar de ter assistido os principais filmes do ano, deixei vários de lado. Assim, se me sinto razoavelmente apto para publicar a lista de Melhores, deixarei a de Piores de lado. Sem mais delongas, aí vai:
10. Rango
9. O Palhaço
8. X-Men -
(Source Code - Dir. Duncan Jones)
Depois de sua estréia mais do que promissora em Lunar, Duncan Jones fez o certo. Jogou seguro, pegou um roteiro bom, comercial, mas com uma premissa interessante. Foi o mesmo caminho percorrido por Cristopher Nolan, por exemplo, quando realizou Insônia. Felizmente, apesar de alguns tropeços no roteiro de Ben Ripley (que é dono de uma carreira, no mínimo,
(Limitless - Dir. Neil Burger)
Sem Limites é o filme mais recente de Neil Burger, mesmo diretor do fraco O Ilusionista e A Morte de George W. Bush, que ainda não vi. Apesar de ser completamente diferente de seu trabalho anterior, é tão fraco quanto. Utilizando uma premissa criativa sem qualquer esforço ou inteligência, o diretor realiza mais uma obra decepcionante e sem foco. Bradley Cooper
(Melancholia - Dir. Lars Von Trier)
Na primeira metade de Melancolia, acompanhamos Justine que durante o próprio casamento começa a dar visíveis sinais de depressão, causando enorme desconforto em sua família, especialmente em sua irmã, Claire, a quem o filme dedica sua segunda metade. Cuidando de Justine, agora já em um estado ainda mais grave da depressão, ela começa a enxergar o vazio
(Bad Teacher - Dir. Jake Kasdan)
Professora Sem Classe tentou ser uma espécie de Papai Noel Às Avessas dirigido por Judd Apatow. Faltou a inteligência do primeiro e a sensibilidade do segundo, ficou só o humor grosseiro, mas um humor grosseiro que não rende nada e não vai para lugar nenhum. Não tenho nada contra passatempos descartáveis, mas este filme ultrapassa todas as linhas de
(X-Men: First Class - Dir. Matthew Vaughn)
Não me faltavam motivos para desconfiar deste X-Men: Primeira Classe. Vejamos: a idéia de fazer um filme contando as origens de outra obra nunca fez muito sentido, com pouquíssimas exceções - na regra, os resultados costumam ser coisas como Hannibal - A Origem do Mal, O Massacre da Serra Elétrica - O Início ou, justamente, X-Men Origens - Wolverine.